As técnicas de construção seca ganham cada vez mais espaço no país. Elas chegaram ao Brasil nos anos de 1990 e, desde então, conquistaram fatias expressivas do mercado.
O sistema se caracteriza por dispensar o uso de água na formulação dos materiais da estrutura. Além disso, não há utilização de areia ou cimento.
Os defensores da construção seca apontam como principal vantagem do método a redução do desperdício de recursos naturais e de matéria-prima. Além disso, é classificada como construção energitérmica sustentável (CES), pois economiza energia durante e após a obra, além de empregar materiais recicláveis. Atualmente, o setor da construção civil utiliza quatro técnicas no Brasil.
Light Steel Frame
Este é o sistema que mais se popularizou no país. Utiliza perfis de aço galvanizado, que formam painéis, vigas e tesouras. Eles são dispostos com espaço de 40cm ou 60cm sobre uma base de concreto. A vedação se dá por painéis de cimento, drywall ou placas OSB.
Os perfis chegam prontos ao canteiro de obra, o que agiliza a montagem. Para o isolamento térmico e acústico, utiliza-se manta de lã. Já o fechamento é feito com gesso acartonado (áreas secas) e placas cimentícias (áreas molhadas).
Wood Frame
Técnica semelhante à Light Steel Frame, a Wood Frame usa perfis de madeira. É adotada em larga escala no Canadá, no Chile e na Alemanha. Os montantes de pinus são tratados para evitar a infestação por cupim ou contra a ação da umidade. Os painéis de madeira podem receber placas de drywall, USB e revestimento cimentício. O tempo de construção cai em cerca de 25%, se comparado com uma obra de alvenaria.
Parede Dupla de Concreto
Usada na construção de galpões industriais e de shopping centers, esta técnica chegou ao Brasil apenas em 2009. Utiliza módulos formados por duas placas de concreto armado, separadas por um vão – espaço reservado para passagem das instalações elétricas, hidráulicas e de comunicação. As peças chegam prontas ao canteiro para a montagem. Cada parede da construção é desenhada por um sistema a laser e preparada em um molde personalizado. A montagem dos módulos requer o uso de guindastes leves, que içam as peças para o encaixe.
Sistema EPS
Apesar de ter chegado ao país há cerca de 20 anos, esta técnica ainda não é utilizada em larga escala pelos engenheiros brasileiros. Alguns a consideram apenas como variação da construção seca, já que há o uso de argamassa na etapa final. O sistema usa telas de aço galvanizado, unidas por treliças e preenchidas com EPS. Depois de erguida, a estrutura recebe jateamento de argamassa. O baixo peso do material – 80% mais leve que o tijolo – é uma das vantagens da técnica. Além disso, 100% dos resíduos podem ser reciclados.
Vantagens da Construção Seca
- Menor tempo de execução da obra, podendo obter redução de 60%;
- Maior espaço interno de construção;
- Adequação a diversos tipos de revestimento;
- Alta durabilidade;
- Racionalização dos recursos;
- Versatilidade;
- Uso de materiais recicláveis;
- Construção energitérmica;
- Melhor eficiência energética;
- Menor geração de resíduos;
- Redução do consumo de água;
- Menor emissão de CO2.
Fonte: Blog da Obra