Em Copenhague, um silo de grãos na região portuária da cidade servirá de estrutura para a construção de um edifício residencial de luxo com 17 andares. O esqueleto de concreto do silo será a base para a construção de 40 apartamentos de alto padrão. Além de unidades habitacionais, o prédio também irá acomodar instalações para eventos e restaurantes no piso térreo e no último pavimento. Batizado de “The Silo”, o prédio preserva toda a concepção estrutural de concreto da edificação.
Segundo Dan Stubbergaard, arquiteto responsável pelo empreendimento, houve todo cuidado para conservar a originalidade da construção. “O conceito arquitetônico para a transformação do The Silo explora todo o potencial original do edifício. Ao mesmo tempo em que preserva as estruturas, elas foram adaptadas para que pudessem receber a nova fachada. É um trabalho de transformação que precisa de atenção nos detalhes, pois se trata de fazer com que um edifício industrial mude para um edifício residencial”, diz.
A construção do The Silo está a cargo do escritório de arquitetura COBE, que também coordena o projeto de revitalização da área portuária onde o silo se localiza. O plano segue a tendência mundial de transformar distritos portuários em locais para habitação, business, turismo e lazer. No caso da capital da Dinamarca, a área em processo de revitalização é o bairro industrial de Nordhavn, que abrange parte do porto da cidade. As obras começaram no final de 2016 e devem se estender até o começo de 2019.
Dan Stubbergaard afirma que a transformação na área portuária pretende aliar um novo espaço cultural em Copenhague com o estilo de vida dos dinamarqueses mais jovens. “A vida urbana da cidade está mudando e o projeto também pretende fazer da região um novo ponto turístico para Copenhague. O objetivo é que o visitante tenha uma experiência multidimensional na região”, completa o arquiteto dinamarquês, considerado atualmente o maior transformador de áreas urbanas de seu país.
A experiência do The Silo da Dinamarca não é única. Outros silos já foram transformados para receber espaços habitáveis. Um dos exemplos clássicos é o hotel The Silo na Cidade do Cabo, na África do Sul. A edificação com 57 metros de altura serviu para armazenar grãos entre 1924 e 2001, quando foi desativada no porto de Table Bay. Após o retrofit, o prédio passou a abrigar um dos hotéis mais luxuosos da região – a diária varia entre 3 mil e 18 mil reais. A inauguração do The Silo sul-africano foi em 1º de março de 2017.
No Brasil, quando surgiu o projeto do Porto Maravilha, também foi incluído o retrofit do Moinho Fluminense – o mais antigo do Brasil – para que seus armazéns fossem transformados em shopping centers, prédios corporativos e um hotel, que utilizaria exatamente a estrutura do silo. O investimento previsto era de R$ 1 bilhão. No entanto, apenas as fachadas dos armazéns foram restauradas e o projeto do silo-hotel acabou adiado. A obra era um plano para a cidade do Rio de Janeiro durante o período em que ela sediou a Copa do Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016.
Fonte: Blog Massa Cinzenta